A inauguração do Aeroporto Internacional Marechal Rondon completa 69 anos neste sábado (14). Em 1956, dezenas de cuiabanos e varzea-grandenses aplaudiram enquanto o terminal aéreo começava a receber seus primeiros voos. "A população vibrou no dia 14 de junho de 1956, foi um grande acontecimento", relata o professor de História da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Fernando Tadeu.
A construção do espaço demorou cerca de 8 anos e o aeroporto começou a operar de forma precária, com um terminal "improvisado" no canteiro de obras. Essa condição permaneceu até 1964.
O aeroporto registrou várias obras de ampliação e modernização a partir de 1975, quando passou a ser administrado pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). O Marechal Rondon se tornaria internacional em 1996.
Hoje, o aeroporto possui um fluxo diário de aproximadamente 9 mil pessoas, entre passageiros e funcionários.
Segundo Fernando Tadeu, a escolha pela localização se deu, primordialmente, devido a melhores condições técnicas, mas contou com a articulação do político Licínio Monteiro da Silva. A construção da Ponte Júlio Muller, inaugurada em 1942, também influenciou a opção por Várzea Grande.
Como era antes?
Antes do Marechal Rondon, Cuiabá já recebia aviões. O primeiro pouso na capital aconteceu em 1929, onde hoje se localiza o bairro Campo Velho (o nome não é uma metáfora: se tratava, de fato, de um campo aberto). Em 1938, o engenheiro civil Cassio Veiga de Sá iniciou o projeto de construção do Aeródromo de Cuiabá, também localizado no Campo Velho.
Em julho de 1939, foi inaugurado um campo de pouso, com estação de passageiros e hangares. Apenas em 1942 começaram as discussões para a construção de um novo aeroporto, que resultaria no espaço conhecido hoje.
Internacionalização
Mesmo se tornando internacional em 1996, a região central de Cuiabá aguarda voos que liguem a capital mato-grossense diretamente a outros países, especialmente da América do Sul, até hoje.
No fim do ano passado, o aeroporto concluiu seu processo de internacionalização permanente e, conforme a Centro-Oeste Airports (COA), que administra o Marechal Rondon, está totalmente apto a receber voos internacionais comerciais. O impasse, no momento, consiste em convencer as companhias aéreas a investirem em rotas regulares.
"A concessionária vem realizando a interlocução direta com as principais entidades regionais, nacionais e internacionais, além das companhias aéreas, para fomentar a implantação de rotas regulares internacionais", diz trecho de nota da COA enviada à reportagem do .
O aeroporto recebeu o primeiro voo internacional com avião de grande porte - um Boeing 757-200 - no último dia 6, fato comemorado pelo senador Wellington Fagundes (PL), que atuou no processo de internacionalização do terminal. Contudo, o pouso foi algo pontual.
“O primeiro voo internacional é um momento histórico para Mato Grosso", ele disse. "Mas não paramos aqui: o nosso foco é atrair companhias aéreas interessadas em operar rotas regulares para o exterior”, pontuou.
Contudo, o caminho parece estar sendo o contrário. No último dia 10 de junho, a companhia aérea Azul - uma das 3 que atua no Marechal Rondon - suspendeu rotas para 5 capitais do Brasil (Brasília, Campo Grande, Curitiba, Goiânia e Maceió) partindo de Várzea Grande.