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Mulheres traficadas eram anunciadas como prostitutas em site na Bélgica, diz PF
Polícia Federal de Mato Grosso cumpriu 4 buscas contra os investigados em dois estados do país.
Por Administrador
Publicado em 17/06/2025 15:09
Notícias

Grupo investigado por exploração sexual de brasileiras na Bélgica utilizava um site para buscar clientes. Eles negociavam o valor do programa pelo WhatsApp. Polícia Federal de Mato Grosso cumpriu 4 buscas contra os investigados em dois estados do país.

Conforme apurado pela reportagem, na 2ª fase da Operação Perfídia, a PF identificou a organização criminosa que fazia o contato entre a vítima de exploração sexual com o cliente interessado no serviço de prostituição.

Assim que as vítimas chegavam na Bélgica, eram fotografadas e as fotos publicadas em forma de anúncio em um site chamado “Quartier Rouge”. Em um clique, os interessados abriram uma conversa por WhatsApp.

Integrantes da associação criminosa iniciavam a conversa e acertavam detalhes com os clientes e os encaminhavam para o imóvel onde o crime sexual acontecia. Após o pagamento, eles lucravam uma porcentagem com cada programa realizado.

Agentes da PF cumpriram buscas e apreensões nas cidades de Uberlândia (MG), Rio Verde e Goiânia, em Goiás.

1ª fase

A primeira fase da Operação Perfídia, deflagrada em agosto de 2024, teve como objetivo desarticular um esquema de tráfico de mulheres para exploração sexual na Europa. As vítimas eram aliciadas no Brasil com falsas promessas de emprego e, ao chegarem ao exterior, tinham os documentos retidos e eram forçadas à prostituição.

A operação visa elucidar um esquema de tráfico de pessoas que envolvia o aliciamento de mulheres, principalmente nos estados de Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás e Santa Catarina. O principal ponto de atuação da quadrilha era Uberlândia.

As vítimas, muitas vezes em situação de vulnerabilidade, eram atraídas com propostas de emprego na Europa. Ao chegar na Europa, as vítimas eram recebidas por motoristas que, ao invés de levá-las para o local de trabalho prometido, as conduzia a apartamentos, onde ficavam amontoadas com outras mulheres.

Os documentos das vítimas eram retidos e elas eram forçadas a se prostituir, enquanto os criminosos lucravam com 60% das comissões geradas pelos programas, além de cobrarem das mulheres despesas que se tornavam impagáveis. Os criminosos utilizavam sites de prostituição europeus para anunciar as vítimas, garantindo a exposição necessária para manter a operação lucrativa.

Durante a ação, foram apreendidos celulares e outros elementos de interesse para a investigação. A operação da PF acontece no Agosto Lilás, em prol da valorização das mulheres e no combate ao tráfico de pessoas.

A PF suspeita que a organização criminosa tenha recrutado mais vítimas. A polícia alerta às pessoas que tenham recebido uma oferta de salário para realizar o mesmo trabalho em outro lugar, que podem estar sendo vítimas de tráfico para fins de exploração sexual.

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