A Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), cumpriu na manhã desta segunda-feira (14) o mandado de prisão contra o empresário Idirley Alves Pacheco, de 40 anos. Ele é o principal suspeito de assassinar o ex-jogador de vôlei da seleção brasileira Everton Fagundes Pereira da Conceição, de 46 anos, em um crime que chocou Cuiabá na última quinta-feira (10 de julho).
Pacheco se apresentou espontaneamente na DHPP e, em depoimento ao delegado Caio Fernando Álvares Albuquerque, titular da delegacia, apresentou uma nova versão para os fatos.
Segundo o suspeito, Everton é quem estaria armado, e ele teria tomado a arma da vítima. A colisão da caminhonete teria ocorrido e, somente depois, os disparos.
O suspeito alegou que Everton que estava armado e que ele tomou a arma da vítima, houve a colisão e depois os disparos.
Essa narrativa contrasta diretamente com as informações preliminares da polícia e com o depoimento da ex-esposa de Idirlei, testemunha-chave do caso.
Ainda em seu depoimento, Idirlei Pacheco alegou que a vítima e sua ex-esposa estariam tramando para extorqui-lo em relação aos bens da separação.
"O interrogado apresenta a versão de que desconfiou que a vítima e sua ex-esposa estavam tramando para extorqui-lo no tocante aos bens da separação”, afirmou o delegado Caio Albuquerque após ouvir o suspeito.
Pacheco também negou veementemente que o crime tenha tido motivação passional ou que houvesse ciúmes ou envolvimento afetivo entre sua ex-esposa e Everton.
"Ele refuta a questão do passional. Ele fala que não tinha ciúmes, não tinha nada", confirmou o delegado.
Apesar da nova versão do suspeito, a Polícia Civil mantém a linha de investigação que aponta para um crime passional, influenciado por ciúmes e um histórico de violência doméstica de Pacheco.
A ex-esposa do acusado possuía uma medida protetiva contra ele, expedida dias antes do homicídio, reforçando a tese da polícia. A DHPP garantiu que a alegação de extorsão será investigada a fundo no interrogatório formal de Pacheco.
Entenda o caso
O crime ocorreu no Bairro Paiaguás. Uma caminhonete VW Amarok, dirigida por Everton, bateu de frente com uma Ford F350. Motorista e frentista ouviram tiros e viram um homem (Pacheco) fugindo da Amarok. Everton foi encontrado morto a tiros no banco do motorista.
Quase ao mesmo tempo, a ex-esposa de Idirlei procurou a Delegacia da Mulher. Ela relatou que seu ex-marido havia entrado em seu veículo com uma arma apontada para a cabeça de Everton e o obrigou a dirigir em alta velocidade.
A Polícia Civil de Mato Grosso concluiu, nesta sexta-feira (11.7), a terceira etapa do inquérito que apurou a participação do casal mandante do homicídio do advogado Renato Gomes Nery, de 72 anos, ocorrido em 5 de julho de 2024, em Cuiabá.
O casal J.G.B. e C.J.S. foi indiciado pelo crime de homicídio qualificado por motivo torpe, promessa de recompensa, emprego de meio que possa resultar em perigo comum e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
Segundo a investigação da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá, o advogado foi assassinado por conta de uma discussão judicial envolvendo uma propriedade rural de mais de 12 mil hectares em Novo São Joaquim, região leste de Mato Grosso.
A DHPP apurou que o casal articulou, por meio de intermediários, sendo um policial militar e um caseiro, a contratação dos executores do homicídio de Renato.
O casal, morador de um condomínio em Primavera do Leste, já se encontra preso preventivamente.
Crime arquitetado
Durante as investigações, foi constatado que o policial militar e o caseiro vinham monitorando a vítima por vários dias. Também foi comprovado que, no dia anterior ao homicídio (4 de julho), o caseiro parou com a moto próximo ao escritório do advogado, em horário idêntico e no exato local de onde atirou na vítima no dia 5 de julho.
As provas demonstraram que o crime foi premeditado e a intenção era assassinar o advogado no dia 4. Mas, por algum motivo alheio, o crime não se consumou no dia planejado, provavelmente devido a alguma circunstância inesperada.
Homicídio
Renato Gomes Nery morreu aos 72 anos, atingido por disparos de arma de fogo, no dia 5 de julho de 2024, em frente ao seu escritório, na capital. A vítima foi socorrida e submetida a uma cirurgia em um hospital privado de Cuiabá, mas morreu horas depois do procedimento médico.
Desde a ocorrência, a DHPP realizou inúmeras diligências investigativas, com levantamentos técnicos e periciais, a fim de esclarecer a execução do advogado.
As investigações ainda seguem para apurar outros possíveis envolvidos.
Assessoria | Polícia Civil - MT
Publicado em 14 de Julho de 2025 , 21h29 - Atualizado 14 de Julho de 2025 as 21h30