A redução foi observada em quatro dos seis biomas brasileiros e é atribuída a condições climáticas menos severas neste ano — com menos seca e temperaturas extremas — e a uma série de medidas coordenadas pelo governo federal em parceria com estados, municípios, academia, setor privado e sociedade civil.
“A mudança do clima tem como um de seus impactos a intensificação dos incêndios florestais. Temperaturas mais elevadas, menos precipitação e aumento da quantidade de dias consecutivos sem chuvas tornam a floresta mais suscetível à queima”, afirmou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. “Prevenir e combater os incêndios é prioridade absoluta do governo do presidente Lula.”
Ações de prevenção e resposta
Em 2025, o governo contratou o maior contingente de brigadistas federais da história: são 4.385 profissionais, um aumento de 26% em relação a 2024.
Também entrou em vigor a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, sancionada em julho de 2024, que articula ações entre União, estados, municípios e sociedade civil para prevenir e combater incêndios com base em planejamento técnico, uso controlado do fogo e respeito a saberes tradicionais.
Desde 2023, o Fundo Amazônia destinou R$ 405 milhões ao apoio de Corpos de Bombeiros dos nove estados da Amazônia Legal no enfrentamento a incêndios. Desses, R$ 370 milhões já foram contratados. Cada estado recebeu projetos entre R$ 21 milhões e R$ 45 milhões, com valores variando conforme a necessidade.
Outra medida importante foi a aquisição de sete novos helicópteros para uso do Ibama, o que aumentou em 75% a capacidade de transporte de brigadistas, em 40% as horas de voo anuais e em 133% a capacidade de lançamento de água.
O governo também criou novos instrumentos legais para fortalecer a resposta a incêndios. Em junho deste ano, foi sancionada a Lei nº 15.143/25, que permite transferências diretas do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA) a estados e municípios, facilita a contratação de brigadistas e autoriza o uso de aeronaves estrangeiras em situações de emergência ambiental.
Outras ações incluíram reuniões técnicas com especialistas para análise de riscos climáticos, campanhas de prevenção, publicação de portarias e resoluções estratégicas e a reativação da Sala de Situação sobre Incêndios, composta por 10 ministérios e seis órgãos federais.
Redução por biomas
O Pantanal apresentou a maior queda nas queimadas, com redução de 97,8% na área atingida pelo fogo: 13,4 mil hectares em 2025 contra 607,9 mil no ano anterior. Também foi o bioma com maior queda em focos de calor — 97,6% a menos, caindo de mais de 3,5 mil para apenas 86.
Na Amazônia, o recuo foi de 75,4% na área queimada e de 61,7% nos focos de calor. Foram registrados 247,9 mil hectares queimados e 5.169 focos, contra mais de 1 milhão de hectares e 13.489 focos em 2024.
A Mata Atlântica teve redução de 69,7% na área atingida (de 91,9 mil para 27,8 mil hectares) e de 33,3% nos focos de calor (de 3.927 para 2.619). O Cerrado também apresentou quedas: 47% na área queimada (de 1,3 milhão para 724,6 mil hectares) e 33,1% nos focos (de 13.229 para 8.854).
Por outro lado, os biomas Caatinga e Pampa registraram aumento em ambos os indicadores. Na Caatinga, a área queimada subiu de 34,4 mil para 38,3 mil hectares e os focos de calor cresceram de 1.632 para 2.161. No Pampa, as áreas atingidas passaram de 7,1 mil para 11,5 mil hectares, e os focos de calor triplicaram: de 123 para 388.
Na última reunião do governo com especialistas, realizada no fim de junho, as projeções indicaram que, apesar da melhora em relação a anos anteriores, a seca e o risco de fogo ainda exigem atenção e vigilância constante por parte dos entes federativos.
“O combate ao fogo exige um esforço nacional, contínuo e planejado. Os resultados que apresentamos mostram que é possível proteger nossos biomas quando há coordenação, investimento e compromisso com a agenda ambiental”, afirmou Marina Silva.